Abelhas nativas sem Ferrão são abelhas da subfamília chamada Meliponíneos.
Popularmente são conhecidas por abelhas sem ferrão por não terem um ferrão como arma de defesa.
Abelhas nativas sem ferrão também são chamadas de Abelhas Nativas. São excelentes polinizadoras e produzem um mel com propriedades medicinais muito valorizado no mercado.
Abelhas nativas sem ferrão – Polinização
As abelhas nativas sem ferrão possuem uma função muito significativa no ecossistema. Principalmente pela polinização das plantas e manutenção dos ecossistemas agrícolas que produzem nosso alimento. Alem de produzirem um mel muito saboroso e rico em propriedades medicinais. É estimado que um terço das alimentação humana depende diretamente da polinização das abelhas.
Abelhas nativas sem ferrão – Arquitetura do ninho
As abelhas nativas instalam suas colmeias em variados locais. Algumas espécies nidificam no solo, em cupinzeiros, formigueiros e até mesmo em cavidades de construções feitas pelo homem. Entretanto a grande maioria das espécies constrói seus ninhos em cavidades de troncos de árvores vivas.
Uma colmeia de abelhas nativas sem ferrão é constituída por dois elementos principais:
O ninho e os potes de alimento; além de estruturas auxiliares, como o invólucro, o batume, a entrada e o túnel de ingresso.
Os potes de alimento geralmente são elipsoides (em formato de ovo), construídos de cerume, e podem apresentar tamanhos variados conforme a espécie. Pólen e mel são armazenados separadamente. Portanto, em uma colmeia de abelhas nativas sem ferrão, podemos encontrar dois tipos de potes de alimento: potes de pólen e potes de mel.
A estrutura do ninho é feita de cerume que serve para proteger as crias e mante-las aquecidas. As crias, na maioria das espécies são dispostas em forma de discos horizontais, algumas espécies apresentam as crias em forma de cachos.
Abelhas nativas sem ferrão – Ciclo de vida
A postura da rainha, nos discos de cria, dá vida a todas as abelhas existentes em uma colmeia. O processo de nascimento de uma abelha é iniciado com a construção das células e favos de cria, passando, a seguir, pelos seguintes passos:
No vocabulário dos meliponicultores, os favos de cria na fase de ovo até pré-pupa são chamados de “cria verde” ou “postura”, enquanto os favos na fase de pré-pupa até abelha adulta são chamados de “cria madura” ou “cria nascente”.
O processo de desenvolvimento de uma abelha sem ferrão, desde o ovo até a abelha adulta, dura aproximadamente 40/45 dias, variando de espécie para espécie. Este período costuma ser um pouco mais longo para os machos e pouco mais curto para as rainhas virgens.
Após sair das células (emersão), operárias e rainhas virgens vivem em média 50/55 dias. As rainhas, entretanto, depois de tornarem-se rainhas poedeiras, vivem de um a três anos.
Abelhas nativas sem ferrão – Classificação
As abelhas nativas sem ferrão são classificadas como insetos sociais, ou seja, vivem em grandes comunidades. Assim possuem uma classificação científica que separa as abelhas nativas sem ferrão em dois grupos distintos Meliponini e Trigonini.
As abelhas Meliponini são unicamente do gênero Melipona caracterizadas por serem abelhas maiores e mais robustas. As Trigonini são chamadas popularmente de Trigonas, são as outras abelhas que não são do gênero Melipona e são abelhas menores.
A diferença entre as abelhas Meliponini e Trigonini são basicamente no processo de formação de uma rainha. Abelhas Trigonini necessitam de uma célula real para formar uma princesa virgem enquanto que as Meliponini produzem princesas por proporção genética.
As abelhas nativas sem ferrão assim como outros insetos sociais, possuem famílias divididas em castas. Existem três tipos básicos de abelhas em uma colmeia, as rainhas, as operárias e os machos.
A rainha é responsável pela postura dos ovos que darão origem a todos os tipo de abelhas, princesas, operárias e machos.
As operárias são os indivíduos mais abundantes da população de uma colmeia. Então são responsáveis pelas tarefas de defesa do ninho, limpeza, construção das estruturas do ninho e coleta de alimento.
Os machos por fim, são indivíduos reprodutores e basicamente vivem para acasalar princesas virgens. Assim diferentemente dos machos de Apis Mellifera, os machos de abelhas sem ferrão ainda realizam alguns pequenos trabalhos como a desidratação de néctar e a manipulação de cera.
Abelhas nativas sem ferrão – Divisão de trabalho
As abelhas operárias são a grande força de trabalho de uma colmeia. O tipo de trabalho realizado obedece a uma sequência, variando de acordo com a idade da abelha ao longo dos seus 50/55 dias de vida.
Sendo assim, geralmente todos os indivíduos realizam todos os tipos de atividades, organizadas na seguinte ordem:
1. Nas primeiras horas após o nascimento, as abelhas realizam a limpeza corporal e permanecem sobre os favos de cria produzindo cera, secretada por glândulas específicas em forma de pequenas placas brancas;
2. Nos primeiros dias, cuidam da cria manipulando cera: raspam as células de pré-pupa, constroem células de cria e auxiliam as atividades de postura da rainha;
3. A partir do primeiro terço de vida, ou seja, a partir do 18° dia, passam a exercer atividades como limpeza e manipulação de alimento, mas não deixam de realizar as outras funções que vinham exercendo;
4. É somente na segunda metade da vida, ou seja, após o 25° dia, que passam a exercer atividades no ambiente exterior. Nessa fase, as operárias também são chamadas de campeiras. Saem para o campo em busca de pólen, néctar, barro, resina (própolis) e água. Geralmente, antes da fase de campeiras, alguns indivíduos da mesma idade fazem a guarda da entrada e do túnel de ingresso, defendendo a colmeia. Nessa função, são chamados de sentinelas.
Abelhas nativas sem ferrão – Reprodução e Enxameagem
A enxameagem é o processo pelo qual as colmeias de abelhas nativas sem ferrão se reproduzem.
Geralmente ocorre por conta da superpopulação da colmeia, e está associado a um contexto de generosa oferta de alimento (pólen e néctar) no ambiente.
A enxameagem tem início quando algumas abelhas operárias deixam a “colmeia-mãe” e vão em busca de uma novo local para instalar uma nova colmeia.
O cerume, mel e pólen para iniciar a construção do ninho na nova colmeia, ou colmeia filha, é retirado da colmeia mãe.
Concluída a organização da nova moradia, parte das abelhas operárias e uma rainha virgem migram para o local. A rainha virgem é fecundada por um macho – geralmente de outra colmeia – em um ritual conhecido como “vôo nupcial”.
Uma vez fecundada, a rainha – agora poedeira – retorna ao ninho, estabelecendo a rotina biológica de uma colmeia estabelecida.
Espécies de Abelhas sem Ferrão:
Cada região do Brasil possui suas principais espécies de abelhas nativas. Acesse nosso artigo que possui uma lista com as principais espécies de abelhas nativas de cada região do Brasil.
Abelhas nativas sem ferrão – Meliponicultura
A criação de abelhas nativas sem ferrão é chamada de meliponicultura. Portanto a meliponicultura é exercida a muitos anos por povos indígenas em toda a América Latina. No Brasil existem cerca de 400 espécies de abelhas nativas sem ferrão, das quais 200 estão em extinção.
Como começar a Meliponicultura
Portanto agora que você sabe um pouco sobre as abelhas nativas sem ferrão e gostaria de começar a criar abelhas nativas sem ferrão, recomendamos você iniciar a leitura sobre como começar a meliponicultura. Assim este artigo trás um passo a passo das primeiras ações que você deve fazer para se tornar um meliponicultor.
16 respostas em “Abelhas Nativas Sem Ferrão”
parabens pelo blog!
Como posso identificar as diferentes especies?
Obrigado Maria Cristina!
A identificação de algumas espécies como por exemplo as Plebeias podem ser bastante complicada, pois são difíceis de perceber a olho nu.
Algumas abelhas mais populares como Jatais, Mandaçaias etc. são mais fáceis de identificar.
Aqui no site temos a sessão das espécies de abelhas onde cada espécie possui sua descrição e fotos. Assim comparando com as fotos do site pode ser que você consiga identificar as espécies desejadas.
Outra alternativa é perguntar em grupos de Whatsapp ou facebook. Geralmente as pessoas conseguem identificar rapidamente.
Eu posso misturar própolis natural de abelha Jataí e misturar com chá???
Olá Danilo, não sei te dizer. O correto é fazer o extrato de própolis.
Gostei do assunto bem didático
Parabéns pelo site. Excelente iniciativa. Estou aprendendo muito lendo os conteúdos aqui. Também estou compartilhando com colegas que estão iniciando na criação de abelhas nativas.
Como saber se posso dividir minha caixa ? Quanto tempo leva pra quê possa aumentar minhas caixas com meu próprio exame ?
Olá Agenor. A colônia tem que estar forte o suficiente para sobreviver a sua intervenção.
Hà 30m dias instalei a pet de captura , vejo algumas abelhas no meu abacateiro e no entanto não consegui capturar nada . Será que estou cometendo algum erro ? tenho seguido o que aprendi no site de Embrapa e outros.
Olá Joel. Podem ser muitos fatores, não teria como saber o motivo de ainda não capturar. Mas não desista, continue tentando que um hora vem.
Parabéns pelo trabalho,sou meliponiculror desse 2017, formado em Georgiana e o meu TCC foi em biogeografia, falando da importância das abelhas sem ferrão
Gostei muito do assunto!!! Não sei absolutamente nada como criar colméia, nem mesmo sabia que existia (grupos) de abelha sem ferrão. Vou aprofundar e quem sabe ser criador.Obrigado
Seu Rafael, bom dia. Fiz a transferência de mandaguari preta para a caixa há um mês. Até agora não há nenhum pote de mel ou pólen construído. O ninho dobrou de tamanho em altura e está com discos verdes e maduros. É normal essa falta de estoque? O que posso fazer se precisar? Na minha região tem chovido de 2 em 2 dias nesse um mês. Obrigado
Olá Junior. É possível que os potes estejam em algum local que você não consegue ver. Mas você pode oferecer alimento de forma suplementar para elas.
Como identificar o periodo de inicio da exameação? moro no nordeste,mas nao tenho certeza do periodo de 22 de setembro á 21 dezembro(primaveira)
Olá Ana. Na sua região podem haver enxameações o ano inteiro, porem é mais propício na primavera.